A reforma da Previdência aumentou a procura dos brasileiros por planos de previdência privada para garantir uma aposentadoria maior no futuro. A Federação Nacional de Previdência Privada diz que quase 13 milhões de pessoas têm um plano complementar. A maioria contratou planos individuais; um quarto do total tem planos empresariais. Esse número vem crescendo, mas devagar. Aumentou menos de 5% no último ano.
Com as possíveis mudanças nas regras da previdência tem preocupado os contribuintes e ajudado a movimentar as agências da Previdência Social. Dados da instituição mostram que, de janeiro a outubro de 2016, houve cerca de 10% de alta no número de requerimento de todos os benefícios e de 16% nas aposentadorias concedidas.
No Brasil, o número de pedidos de benefícios por idade, até outubro, é de 1,02 milhão, 39 mil a mais que no ano passado. Para a presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Jane Berwanger, o aumento na busca por atendimento acompanha todos os anúncios de mudanças na Previdência. Desta vez, o movimento é notável desde maio. “O contribuinte pensa que, se já tem direito, não há razão para esperar. Mesmo quem ainda não tem direito pelas regras atuais, vai às agências.”
Parte do problema se deve ao modo como o governo anunciou as novas regras. “Para a população, dá uma impressão de descrédito, como se o governo tivesse esperado o ano inteiro para empurrar a reforma para o Congresso agora. Quantas vezes, durante o ano, foram apresentadas soluções distintas para uma mesma questão? Isso confunde.”
Com o fortalecimento das discussões em torno da reforma, quem está longe de se aposentar tem cada vez mais buscado alternativas complementares ao INSS. Em outubro, eram 12,9 milhões com planos de previdência privada aberta, segundo a FenaPrevi, federação do setor – 396 mil a mais que em 2015.
Segundo a instituição, a alta não deve ser totalmente atribuído às mudanças na aposentadoria, mas a reforma contribui para que mais gente busque a alternativa particular. A tendência é aumentar nos próximos anos.
Em nota, o INSS diz que, além da reforma, vale lembrar que há aspectos conjunturais a serem considerados na maior busca por atendimento, como as greves enfrentadas pela instituição e as mudanças legislativas, como a introdução da regra 85/95 nas aposentadorias. Além de a alta na concessão de benefícios acompanhar o crescimento do número de idosos do País.