*Messias Júlio de Abreu
Estou certo que o dia 28 será um marco divisório nesta questão das reformas Trabalhista, Previdenciária e até na Terceirização. Que iremos parar o país e começar a escrever uma nova história.
Mas precisamos refletir sobre nosso papel como agentes sindicais e cidadãos, neste processo. A Reforma Trabalhista é o absurdo dos absurdos. Traz ingredientes de um enorme retrocesso, como se voltássemos à época da escravidão. Também promove uma reforma sindical, pela eliminação de seu custeio, com o argumento de que sem dinheiro os sindicatos serão mais atuantes, participativos e eficientes na sua ação, obrigando-se a aproximar-se mais do associado.
Pergunto: se a extinção da contribuição sindical fortalece os sindicatos não seria hora de propor a extinção do fundo partidário, para que os partidos políticos possam se tornar mais fortes, participativos e próximos de seus eleitores?.
Acredito que o movimento sindical deveria começar a colher assinaturas para um projeto de iniciativa popular, para abraçar esta fantasiosa ideia propalada pelos agentes do capital, repetida pela grande mídia e papagaiada pelos políticos subservientes as empresas e aos bancos.
É hora de mudar de estratégia e acrescentar fatos novos. Os deputados, em sua maioria bancados por grandes empresas, patrocinados pelas ODEBRECHTs, pela CNI, pela FEBRABAN, FIESP, FIEMGS e FIERGS não representam os interesses dos brasileiros. Querem matar a CLT e obrigar a validar a negociação direta abaixo das leis, entre trabalhadores e patrões, para que os primeiros se ajoelhem, se submetam e se enforquem na sede do capital em precarizar as relações para ganhar mais.
Não seria hora de pedir a extinção de todos os subsídios para empresas e bancos, para fortalecê-los, aproximá-los do consumidor, da cidadania e da justiça fiscal? Não seria a hora de tornar o imposto de renda pessoa física facultativo para fortalecer o governo, torná-lo mais eficiente e participativo?
Temos hoje um Congresso Nacional com sua maioria de costas para o povo, só ouvindo empresários e banqueiros. Assim, entendo que seria salutar fazer com que partidos, campanhas e políticos sejam mantidos exclusivamente por contribuições de pessoas físicas, que desta forma, reconheceriam seu valor, estariam mais próximos do eleitor e certamente avaliariam melhor seus comportamentos e desempenhos.
Precisamos refletir e começar a reagir para garantir a soberania do Estado brasileiro, a cidadania e os direitos trabalhistas e sociais de nosso gente. É hora de ação e reação imediata!
*Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem no Estado de Minas Gerais