Centenas de sindicalistas de todos Estados da Federação participaram do 20º Congresso Nacional do setor do Vestuário e Calçados da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), realizado na última semana em Luziânia (GO). Durante o evento, o presidente do Sindicato dos Sapateiros de Parobé e Coordenador do Congresso, João Nadir Pires, assumiu a Secretaria Nacional do Departamento do Calçado e Vestuário do Plano da CNTI (Depavest).
O Rio Grande do Sul esteve representado por delegações dos sindicatos do setor de couro e calçados dos municípios de Parobé, Taquara, Três Coroas, Gramado, Estância Velha, Santo Antônio da Patrulha, Santa Clara do Sul, Santa Maria do Herval, São Sebastião do Caí, Farroupilha e Roca Sales.
Durante os quatro dias do evento foram debatidas a nova realidade do sindicalismo nacional, as perdas de direitos dos trabalhadores a partir da aprovação da Reforma Trabalhista e da Terceirização, e o projeto de Reforma da Previdência. Os participantes acompanharam palestras com procuradores, juízes do trabalho, pesquisadores, advogados e especialistas em conjuntura econômica e política.
Apresentaram estudos do cenário nacional, durante o Congresso, o Analista do DIAP (Diesse), André Santos; o Juiz do Trabalho e professor do INESC, José Antônio Moroni; o Procurador do Trabalho e Coordenador Acadêmico da EXCOLA, Gerson Marques; a Economista e Pesquisadora da Fundação Friedrich Ebert, Marilane Teixeira; a Advogada e Especialista em Direito Público, Naiara Freitas, entre outros.
Novas estratégias
A necessidade de uma reforma tributária que desonere a renda e o consumo e incida mais sobre lucros, grandes fortunas e capital especulativo, para que se alcance o equilíbrio das contas públicas e a melhoria da vida do trabalhador de baixa renda, foi um dos centros do debate. Os desafios da ação sindical e a necessidade de novas estratégias comuns entre centrais e confederações, também ocupou boa parte do encontro.
A análise corrente foi a de que o País vive uma tragédia social, por meio do desmantelamento de direitos sociais e trabalhistas, e que a reforma trabalhista veio apenas para diminuir custos para as empresas. Neste cenário adverso, foi apontada a necessidade de o movimento sindical avaliar erros e corrigi-los, para acumular força para as lutas nos mais diversos cenários.
“Precisamos juntar as energias boas de cada um para fazermos a boa luta, fazer o trabalho limpo, sincero, honesto e transparente na defesa do trabalhador”, resumiu João Nadir Pires, no encerramento do Congresso. “Há muito para fazer”.
O Presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e da CNTI, José Calixto Ramos fez um desabafo: “É hora da unidade, não importam partidos ou religiões, precisamos ampliar o trabalho de base nos sindicatos. Vimos que todos os poderes estão contra nós, enfraquecendo o sindicalismo e a própria democracia. Querem nos tirar os anéis para em seguida nos tirar os dedos, é necessário mobilização e forças para que nossa voz seja ouvida por deputados e senadores no Congresso Nacional”.