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Um mês após protesto, bloqueio argentino ao calçado brasileiro segue sem solução

Crédito: Renatinho Filmagens
Crédito: Renatinho Filmagens

Passadas cinco semanas do protesto de calçadistas que trancou a Ponte Internacional de Uruguaiana por mais de 12 horas, segue sem resposta do Governo Federal brasileiro a reivindicação dos trabalhadores gaúchos quanto ao bloqueio que a Argentina faz para entrada dos calçados naquele país. O assunto foi tratado em reunião do presidente da Associação Brasileira de Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, com os vice-presidentes da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Calçados do Rio Grande do Sul (Feticvergs), João Nadir Pires e João Ricardo Schab, nesta quarta-feira, dia 13, em Novo Hamburgo. Na ocasião, decidiram que o próximo passo será convocar uma reunião com prefeitos e vereadores, buscando maior apoio.

Ao iniciar o encontro com João Pires e João Schab, o presidente da Abicalçados traçou um cenário desolador, salientando que a situação está “pior do que nunca”. Heitor Klein lembrou que no encontro com a presidenta Dilma Rousseff no dia 11 de outubro, durante a visita dela a Novo Hamburgo, havia ficado uma esperança de ação, uma vez que a própria mandatária imediatamente indicou ao Ministro da Educação, Aloízio Mercadante, que se encarregasse de cuidar do caso. Passado pouco mais de um mês, a única resposta obtida, segundo Klein, foi uma carta enviada pela Presidência da República informando que o caso havia sido repassado ao Ministério do Desenvolvimento. Entretanto, na avaliação do presidente da Abicalçados, isto significa voltar à estaca zero, uma vez que os prejuízos causados pelo bloqueio argentino já eram de conhecimento deste Ministério e que nenhuma atitude foi tomada.

Segundo Heitor Klein, o problema principal é ideológico, uma vez que o governo segue nas relações exteriores a cartilha do assessor especial Marco Aurélio Garcia, o qual defende o apoio do Brasil a governos como o de Cristina Kirchner e acaba não tomando atitudes contra as decisões destes países, mesmo que estas afetem as empresas brasileiras, como é o caso do setor calçadista. Klein estima que atualmente sejam cerca de 900 mil pares de calçados barrados na fronteira, com um prejuízo de cerca de R$ 30 milhões, incluindo outros produtos brasileiros também impedidos de entrar na Argentina.

Diante do quadro exposto pelo dirigente empresarial, o vice-presidente da Feticvergs lamentou também a falta de ação dos governantes gaúchos, citando a falta de apoio de prefeitos e vereadores das cidades produtoras de calçados e o próprio silêncio do governo gaúcho. João Pires sugeriu a realização de um ato de protesto defronte ao Palácio Piratini, além de uma tentativa de mobilização das demais lideranças políticas. Apoiando esta ideia, Heitor Klein propôs que a própria Abicalçados promova uma reunião com prefeitos e presidente das Câmaras de Vereadores.

 

O vice presidente da Feticvergs agradeceu a presença na reunião do presidente do Sindicato dos Sapateiros de Picada Café e Nova Petrópolis, João Ricardo Schab, mas lamentou a ausência de representantes de outros sindicatos que haviam sido convocados para o encontro com o presidente da Abicalçados.

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